Estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que o desperdício de recursos públicos no Brasil representa um prejuízo de US$ 68 bilhões por ano ou 3,9% do Produto Interno Bruto. De acordo com o levantamento, na média da América Latina, essa taxa de ineficiência chega a 4,4%. O número do Brasil , no entanto, é maior do que o de países como Uruguai, Peru e Chile. A Argentina tem a pior marca, com 7,2% do PIB desperdiçados. A pesquisa leva em consideração recursos mal direcionados em áreas como transferências de renda, compras governamentais e subsídios.
Conforme o diagnóstico do BID, os países da região elevaram os gastos públicos nos últimos anos, embalados pelo boom das commodities, que turbinou o crescimento de países em desenvolvimento e emergentes. Para o BID, esse aumento de despesas levou a desperdícios. “Falta de profissionalismo, negligência, corrupção, ou uma combinação desses fatores, inflacionam o custo dos insumos usados para produzir esses serviços”, avalia o levantamento.
Para a professora Tatiana Camarão, a pesquisa alerta para o desperdício passivo, que decorre muitas vezes de processos ineficientes nas compras públicas. “Isso é provocado principalmente pela falta de planejamento, por uma especificação incorreta de objeto ou uma pesquisa mercadológica mal produzida. E é justamente esta falta de planejamento faz com que a administração adquira algo que não corresponde a sua necessidade e realidade”, ressalta.
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